Naquele quintal eu corria feito o vento, mirava pé de cajá de longe, jurava que daquela vez eu ia correr, correr e correr, e conseguir subir de uma única vez, até o topo do pé, meus olhos de repente sentiam o ar do não chegando, mas mesmo assim eu corria feito cavalo no campo, em ribeira abaixo enviesando pelo vale, verde, clarinho clarinho, feito cheiro do mato molhado que lambe o pé, quando o cajá terminava o gosto, vinha o caroço, solto de pontas, mordia feito cio, sei lá, desafio da vida, mais tarde chegou eu como homem, aí tudo só se for falando do tempo, do que passou, nem lembro se subi e consegui, lembro que corri...
Casos e acasos do artista André Luz