O clima é de silêncio no centro, aquele tipo de silêncio que precede o esporro, o caos ameaça se avolumar e tomar forma, o Rei Momo ganha a chave da festa pagã, o impulso causa ansiedade aos que amam e aos que detestam o Carnaval.
“Alguns foliões já de manhã com suas latas de cerveja, cocares de flores de plástico e seus chapeis de malandros põe em dúvida meus pensamentos, onde fico entre imaginar se eles ainda não voltaram pra casa ou se acabaram de chegar”
Passa um bloco com 8 pessoas, 3 instrumentos e o o Rei Momo aprova, e todos os outros 12 foliões se juntam. Dá até pra sambar, com suor e cerveja.
O Carnaval no Rio se alinha de acordo com a fantasia de cada um.
Uns pensam em sambar até as cadeiras cansarem, pais compram fantasias pra suas crianças brincarem na praça, outros futuros pais almejam orgias, tem os que preparam a geladeira de cerveja e carne, alguns vão para retiros espirituais e sentem a amarga e gostosa leveza dos sacrifícios da fé, outros empunham sua fantasia, tomam uma dose única de alegria que dura 4 dias ou mais, os cuidadosos dão os últimos retoques nos paetês, conferem se está tudo certo para o momento de jogar sua serpentina, o tamborim está com pele nova, o surdo pede pra falar, a cuíca começa a se emocionar pra chorar, a cabeleireira transborda serviços em apliques e coloridos penteados, centenas de bailes cantarão algumas marchinhas, músicos se preocupam se vão ganhar por noite ou só quando tudo acabar e a quarta promete ser de cinzas, ainda é a sexta de carnaval.
Comentários
Postar um comentário