Era 8 de agosto de 2005, em minha imaginação uma neblina insistia em se manter na estrada, já eram mais de 11:00 da manhã, eu pensava inseguramente.
– E se na próxima curva eu não conseguir virar o volante ou quebre algo na direção e simplesmente eu voe pelos céus? ... Caindo diretamente naquele horrível penhasco na Rio-Santos...
Será que será como no clipe de Gil com Bob Marley em que as nuvens se converteram em fumaças, eu viajando sairei pelo mundo a voar no meu Monza 89?
Se assim fosse, subiria muito alto para poder ver a bola da terra, passaria com cuidado quando estivesse voando baixo para não bater nos fios elétricos, desviaria das pipas que as crianças debicam, acompanharia os gansos rumo ao sul, passaria pelas praias que nunca pude ir e que sempre quis chegar, sobrevoaria a Amazônia e desligaria o motor 2.0 quando lá só para tentar conseguir ouvir o som das matas virgens, ligaria finalmente o aquecedor quando estivesse passando pelas montanhas rochosas canadenses, atravessaria raios e teria medo de não morrer eletrocutado, mijaria em cima de Nova York, sumiria pelo deserto no oriente com o banco de traz cheio de água pra beber, estacionaria em um dos lados da muralha da China e cavaria um buraco para por baixo atravessa-la, simplesmente perceberia que o grande vôo na verdade era meu e não de meu carro...
ENTÃO:
Sairia pela janela a voar por entre as nuvens, desceria feito um jato e me contorceria para arremeter e seguir para todos os lados e oceanos, mexeria um simples dedo da mão ou o pé e mudaria de direção, prenderia a respiração e aumentaria a velocidade...
Voar é permitido, possível PRA TI ainda não, por isso vou e voo...
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