Pular para o conteúdo principal

Desobriga


Os meus peccados, Anjo! os meus peccados! 
Contar-t'os? Para que, se não têm fim... 
Sou santo ao pé dos outros desgraçados, 
Mas tu és mais que santa ao pé de mim! 

A ti accendo cyrios perfumados, 
Faço novenas, queimo-te alecrim, 
Quando soffro, me vejo com cuidados... 
Nas tuas rezas, lembra-te de mim! 

Que eu seja puro d'alma e pensamento! 
E que, em dia do grande julgamento, 
Minhas culpas não sejam de maior: 

Pois tenho, que o céu tudo aponta e marca, 
Um processo a correr n'essa comarca, 
Cujo delegado é Nosso Senhor... 

António Nobre, in 'Só'
António Pereira Nobre (Porto16 de Agosto de 1867 — Foz do Douro18 de Março de 1900), mais conhecido como António Nobre, foi um poeta

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

3

Jurei três, feito a promessa de quem mente! André Luz

Como assim?

O drama tem rimas, notas completas, belos falsetes, jargões e refrões que me libera para expor-me sustenido e assim me faz poder vir e no  andreliteral@blogspot  balbuciar algumas meias verdades afinal, o que seria de mim sem elas, pois, em meu continuísmo sou pura verdade, assim necessito transportar pra cá minha mentira, aquela mentirinha que seu contasse pra quem não conhece certamente viraria a verdade, e a verdade é que eu não conto mais falsas verdades sem drama, me incomoda como a fome e assim invento uma estória que vivi em meus mundos vizinhos e distantes ou que ouvi na fila do banco  e até mesmo que senti no clima e que venho aqui, não rimar e não te fazer rir claramente a ponto de ter dor na barriga, mas ao menos sugiro um leve suspiro, eu me contento com muito mas abro muitas exceções, uma humilde ou até metida puxadinha de canto de boca que certamente nos faria menos ansiosos, e é assim com a minha bateria acabando ponho o fim no lugar devido, sem drama, esse é o meu dram