Durante
muito tempo choveu em toda região, a lua não aparecia, o farol
acendia ainda antes das 5 da tarde, realmente eram tempos escuros,
algumas regiões alagaram, a vila ficou ilhada apesar de ser uma
ilha, ninguém entrava ou saía pois era preciso encarar o mar resolvo na saída da baía que envolvia a praia, a escola fechou, no mercado municipal a faltavam alguns itens,
a farinha já era pouca e a venda contada para cada morador, na mesa pão, e só o de casa, o roçado havia acabado, a horta era um lago, e não tinha como por o grão de semente pra
arar, a alegria e o calor vinha do queijo da vaca e das galinhas que traziam ovos deliciosos e diariamente nos tiravam a fome.
Amava-as
pela graça de nos levar a fome, em certos dias, lá pelas 2 da
tarde, a chuva parava e raiava uma luz que nem deixava virar sol, as
galinhas lindas andando na chuva, pisavam na lama e bicavam o chão, eu garoto pensava como podíamos comer as galinhas que comiam chão, mas logo vinha o vento preto, os trovões assustavam, os coqueiros envergavam que pareciam quebrar, a chuva forte sem trégua, as crianças estavam loucas no seus
quartos e salas, goteiras tiravam a calma dos varões, brinquedos com graça não tinha mais, ninguém
estava mais para aquilo, mas mesmo assim a chuva continuava….
Graça mesmo só vinha da mãe, afinal casa que tem mãe, tem graça.
Gostei Dedé. Um texto que me lembrou coisas de Gabriel Garcia Marquez, não sei exatamente porque... Me pareceu "um capítulo perdido" de algum livro a ser escrito ainda! Muito bom!! Vou colocar um link no meu blog do seu. E em breve comento sobre ele. Deixa eu ler todo! Ah, sim! Parabéns pelos 1.000 acessos!!!
ResponderExcluirÉ verdade Zaray, ao escrever, também notei que esta era parte de algo maior que há por vir disso, espero.
ResponderExcluirObrigado, seguiremos pelos tempos!