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Das fêmeas.


Não sou nada!

 

Sou a mina terrestre a ser pisada
Sou o olho que turva a cólera da raiva
Sou o momento do milagre
Sou o exagero da fome, o exagero do saciar
Sou o cheiro do mato torpe
Sou o gás que te adormece
Sou a bebida que te seca
Sou o banho que te suja
Sou a delicadeza que te maltrata
Sou nua, sua santa puta
Sou donzela, gazela singela tonta e sonsa feito borboleta em flor
Sou o horizonte bonito
o tempo feio de chuva
Sou a alegria do meu ventre
Sou a tristeza em forma de beleza
Sou a margem que cai e leva
Sou a força que trai e dispersa
Sou a alma que tange orgulhosa e leve
Sou a prisão da sua liberdade
minha alma é feita de palha
E mesmo que eu tente ser seu lago fresco
Sua água da fonte
Ser seu pão
Ser sua
Nada além do sabor amargo dos reflexos
sairá
dentre nós.
Dito da boca de uma mulher amarga, ou da amarga boca de uma mulher.


André Luz.

 

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Como assim?

O drama tem rimas, notas completas, belos falsetes, jargões e refrões que me libera para expor-me sustenido e assim me faz poder vir e no  andreliteral@blogspot  balbuciar algumas meias verdades afinal, o que seria de mim sem elas, pois, em meu continuísmo sou pura verdade, assim necessito transportar pra cá minha mentira, aquela mentirinha que seu contasse pra quem não conhece certamente viraria a verdade, e a verdade é que eu não conto mais falsas verdades sem drama, me incomoda como a fome e assim invento uma estória que vivi em meus mundos vizinhos e distantes ou que ouvi na fila do banco  e até mesmo que senti no clima e que venho aqui, não rimar e não te fazer rir claramente a ponto de ter dor na barriga, mas ao menos sugiro um leve suspiro, eu me contento com muito mas abro muitas exceções, uma humilde ou até metida puxadinha de canto de boca que certamente nos faria menos ansiosos, e é assim com a minha bateria acabando ponho o fim no lugar devido, sem drama, esse é o meu dram